As Crianças e o Conceito de Morte

“A vida, senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem para de piscar chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais…”
(Memórias de Emília – Monteiro Lobato)

Muitas pessoas me perguntam sobre o entendimento das crianças sobre a morte. Dentre esses questionamentos está a dúvida se devemos ou não conversar com elas sobre o morrer e o luto. E a minha resposta é – sim!

Afinal, a morte é inerente à nossa existência, então, precisamos falar sobre a morte com as crianças, pois em algum momento elas irão perder um ente querido ou um animal de estimação. Há também as crianças que vivem em zonas de extrema violência e que se deparam com a morte cotidianamente. Portanto, temos que prepará-las para lidar com esta situação. Quando uma morte ocorrer, pode ser a oportunidade para que nós conversemos com ela sobre o tema. Esta conversa é importante e saudável para ajudá-la a lidar com o sofrimento. Como os adultos, as crianças precisam vivenciar o processo de luto para elaborar a perda que ocorreu e continuar com sua vida sem medo. Resguardar as crianças da morte ou do conceito de morte presumindo que são muito pequenas para entender o que significa o que é morrer não é o ideal.

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Luto na Infância: A Criança Enlutada

“A vida, senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem para de piscar chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais…”  (Memórias de Emí­lia – Monteiro Lobato) 

A morte é inerente à nossa existência, então, precisamos falar sobre a morte com as crianças, pois em algum momento elas irão perder um ente querido ou um animal de estimação. Há também as crianças que vivem em zonas de extrema violência e que se deparam com a morte cotidianamente. Portanto, temos que prepará-las para lidar com esta situação. Quando uma morte ocorrer, pode ser a oportunidade para que nós conversemos com ela sobre o tema. Esta conversa é importante e saudável para ajudá-la a lidar com o sofrimento. Como os adultos, as crianças precisam vivenciar o processo de luto para elaborar a perda que ocorreu e continuar com sua vida sem medo. Resguardar as crianças da morte ou do conceito de morte presumindo que são muito pequenas para entender o que significa o que é morrer não é o ideal.

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Cuidados Paliativos em Pediatria: A criança diante da morte de si mesma

“A vida é um piano. Teclas brancas representam a felicidade e as pretas, a angústia. Com o passar do tempo você percebe que as teclas pretas também fazem música” (Filme: A última música)

Falar de morte se tornou, infelizmente, um tabu na sociedade pós-moderna e, para muitas pessoas, falar dela é uma tarefa árdua. Contudo, a morte pode nos surpreender a qualquer momento, inclusive na vida cotidiana de uma criança.

Discutir sobre um tabu social, em si mesmo, não é tarefa fácil e torna-se ainda mais difícil discuti-lo quando esse está diretamente relacionado com a morte de uma criança ou de um bebê que, segundo nossa percepção, teriam toda uma vida pela frente. Entretanto, assim como os adultos, as crianças também são acometidas por doenças graves e, infelizmente, muitas dessas doenças não possuem possibilidade terapêutica de cura.

A hospitalização de uma criança é percebida como um momento desconcertante para qualquer pessoa, especialmente para aquelas que mantêm laços afetivos com a criança. Quando a possibilidade da morte se faz presente – inevitavelmente – esta morte pode revestir-se de conotação trágica pois a terminalidade da vida de uma criança em uma UTI pediátrica é mais complexa que a de um adulto. Diante da complexidade que é a morte de uma criança gravemente enferma, a equipe médica, juntamente como os demais profissionais que compõem a equipe, necessita traçar um plano de ações assistenciais capazes de proporcionar vivências menos dolorosas aos pais e demais integrantes da família, tendo como objetivo tornar menos angustiante a proximidade da morte.

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A Criança e a Morte

“Como se fora uma brincadeira de roda, memória…
Renascer da própria força, própria luz e fé, memória…
Não tenha medo, meu menino povo, memória…” (Redescobrir – Gonzaguinha)

Quando eu era criança eu ia ao cemitério com minha mãe visitar o túmulo de meu pai, pois ele morreu quando eu tinha apenas 2 anos e 7 meses. Não havia nenhum problema. Aliás, para mim era tão somente um passeio num lugar cheio de “casinhas” de cimento. Eu sempre fui a velórios e, assim, cresci entendendo que a morte faz parte da vida. Mas, a sociedade moderna está afastando as crianças, cada vez mais, do contexto da morte. Ou seja, os adultos – pais, avós, tios e professores – insistem em não falar de morte com as crianças e consideram inapropriados para elas, lugares como velórios e cemitérios. Entretanto, a morte também é assunto para criança.

Contudo, se a morte é inerente à nossa existência, então, precisamos falar sobre a morte com as crianças, pois em algum momento elas irão perder um ente querido ou um animal de estimação. Há também as crianças que vivem em zonas de extrema violência e que se deparam com a morte cotidianamente. Portanto, temos que prepará-las para lidar com esta situação. Quando uma morte ocorrer, pode ser a oportunidade para que nós conversemos com ela sobre o tema. Esta conversa é importante e saudável para ajudá-la a lidar com o sofrimento. Como os adultos, as crianças precisam vivenciar o processo de luto para elaborar a perda que ocorreu e continuar com sua vida sem medo.

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