“Nesta vida morrer não é difícil. O difícil é a vida e seu ofício”
(Vladimir V. Mayakovsky – poeta russo que se suicidou com um tiro em 1930)
Por entender que a questão do suicídio é um problema de saúde pública e que nós profissionais da saúde precisamos discutir mais este assunto, compartilho na íntegra e com a devida autorização um excelente artigo que a Profa. Dra. Karina Okajima Fukumitsu publicou na Revista Psicologia USP.
“O psicoterapeuta diante do comportamento suicida”
Artigo escrito por: Profa. Dra. Karina Okajima Fukumitsu – Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Alarmantes números sugerem um aumento progressivo das mortes por suicídio no Brasil. Segundo Bertolote (2012), “em função do tamanho da população brasileira, o Brasil se encontra entre os doze países do mundo onde há mais mortes por suicídio: 9.206 óbitos apenas no ano de 2008, segundo o SIM” (p. 59).
A maioria das discussões sobre suicídio não fornece ao profissional da saúde subsídios para instrumentalizá-lo quando clientes tentam se matar. Haas (1999) afirma: “Existem dois tipos de terapeutas – aqueles que perderam um paciente por suicídio e aqueles que perderão” (p. 32, tradução nossa). O objetivo deste artigo é o de oferecer possibilidades de instrumentalização ao psicoterapeuta com clientes em situação de crise suicida, fornecendo reflexões sobre o suicídio, sobre os fatores de risco e de proteção, alguns procedimentos utilizados em psicoterapia, tanto na prevenção quanto na posvenção do suicídio. O levantamento bibliográfico de estudos realizados no Brasil e nos Estados Unidos sobre o tema suicídio foi utilizado, bem como a experiência de 20 anos em atendimentos de clientes com comportamentos suicidas sob a óptica da Gestalt-terapia.
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