Ressignificando a morte de um filho

“Se não está em suas mãos mudar uma situação que causa dor, você pode escolher com que atitude vai enfrentar esse sofrimento” (Viktor Frankl)

Eu, particularmente, não gosto de classificar qual processo de luto é mais difícil de ser elaborado, pois cada pessoa possui uma forma particular de reagir diante de uma perda e tal processo se dá de forma lenta e gradual, com duração variável para cada pessoa. Contudo, eu tenho que concordar que uma das tarefas mais árduas da vida seja, sem dúvida, assimilar a morte de um filho. O processo de luto de pais pela morte de um filho, geralmente, é marcado pela angústia, vazio, culpa, dor e sofrimento pelo rompimento de um vínculo que tem como base amor e afeto.

A morte de um filho, na maioria dos casos, é inesperada e nos remete à velha máxima de que a ordem natural seria os pais morrerem primeiro, o que infelizmente nem sempre acontece. A morte de um filho descontrói uma crença que muitos pais tomam como verdade absoluta, os desequilibrando psíquica e emocionalmente. Prof. Parkes denomina essas verdades construídas de “mundo presumido”. Quando seu “mundo presumido” é severamente abalado, o enlutado precisará reelaborar suas crenças e verdades para que ele possa reaprender a viver, refazendo suas expectativas e propósitos.

Podemos dizer que a morte de um filho é uma perda irreparável. Entretanto, quando os pais conseguem elaborar seu luto, na maioria das vezes, eles retomam o equilíbrio psíquico e emocional e conseguem reorganizar a vida, que acaba por ganhar outro sentido. E a dor vai se transformando lentamente em saudade.

Tenho recebido vários relatos de pais que conseguiram reconstruir suas vidas e conseguiram atribuir sentido à perda que vivenciaram. Dentre vários e-mails recebidos, eu vou compartilhar com vocês, com a devida autorização, a história de Fabíola Galvão, mãe de Bruno que faleceu há 12 anos vítima de acidente do ônibus escolar da Fundação Nokia, no dia 01 de setembro de 2003. Na época, Bruno estava com 15 anos.

Fabíola relata que é humanamente impossível não se transformar após a morte de um filho, pois a ótica com a qual enxergamos a vida muda completamente. Fabíola tem mais um filho chamado Lucas, hoje com 23 anos. Na época do acidente que vitimou seu irmão, ele tinha apenas 11. Fabíola diz que “não podia deixar meu menino crescer com duas perdas: a do irmão e da mãe. Por ele resolvi sair do meu quarto escuro e voltar a viver”.

Livro Baquetas

Ela conta-me que após 1 ano do acidente que vitimou seu filho, em meio à elaboração do seu luto, ela escreveu e publicou o livro AS BAQUETAS, pela Editora Valer, em dezembro de 2004. Nele, Fabíola compartilha a experiência da perda, sua dor e a fórmula que encontrou para enfrentar, segundo ela, “a maior dor que um ser humano pode enfrentar, que é ver um filho dentro de um caixão. Muda tudo. Mudam os valores. Mudam os conceitos. Mudam os sabores”.
O livro alcançou uma grande repercussão em Manaus transformando sua autora em um referencial de mulher forte e corajosa, que enfrentou a morte do filho levando uma mensagem de otimismo para pais que estavam enfrentando a mesma dor.
O livro aproximou Fabíola de um grande número de pais e mães que, como ela, haviam perdido seus filhos prematuramente. Seu círculo de amizades cresceu dentro desse universo de “pais-órfãos-de filhos”, o que a motivou a fundar o GAPS – Grupo de Apoio aos Pais na Saudade, com o objetivo de estender as mãos às famílias enlutadas. O grupo nasceu em outubro de 2007.

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Fabíola esclarece que o GAPS não é uma entidade jurídica e não tem fins lucrativos. É apenas um grupo de apoio que existe há 8 anos com o único objetivo de ajudar. Pelas recentes estatísticas do livro de presença das reuniões, mais de 1.800 pessoas já foram abraçadas e se reergueram devido ao apoio encontrado no GAPS nesses 8 anos.
Em 2010, Fabíola escreveu e publicou seu segundo livro intitulado PÉTALAS DE LUZ, onde ela fala sobre 10 mulheres do GAPS, como chegaram até ela e como, hoje, essas mulheres já fortalecidas a ajudam a conduzir o trabalho do grupo.
O lema do GAPS é: “Transformar Dor em Amor”. Segundo Fabíola, é um trabalho doloroso onde se vivenciam experiências e sentimentos extremos de dor e de saudade, mas também que proporciona crescimento contínuo e que, segundo ela, faz a sua dor tornar-se muito mais leve.
Fabíola concilia suas ações de cidadania com o trabalho de Assistente Executiva numa multinacional francesa no Polo Industrial de Manaus, é também esposa, mãe e, acima de tudo, cidadã.

Este relato de Fabíola demonstra que, apesar de ter sofrido uma perda tão difícil, uma mãe e um pai são capazes de enfrentá-la por meio da elaboração adequada do luto atribuindo um significado para esse evento tão doloroso que modificou suas visões de mundo e, de certa forma, suas próprias identidades.

Com serenidade e sensatez, há sempre uma maneira de elaborar o luto pela morte de um filho, que permitirá aos pais ressignificar o propósito de suas vidas. Neste sentido, estes pais “morrem” para a condição de terem a dor e renascem para a condição de serem com a dor.

Psic. Mestre em Cuidados Paliativos (M.Sc.)
Psic. Especialista em Perdas e Luto
Especialista em Psicologia Hospitalar
Psychotherapist Member of British Psychological Society (GMBPsS)
Blog Perdas e Luto (Instagram)

Livro à VendaAutora do Livro: Legado Digital: Conhecimento, Decisão e Significado – Viver, Morrer e Enlutar na Era Digital

Referências:

Donini, J.D.S; Sales, C. A. Do Imaginário ao Real: A experiência de pais enlutados. Rev. Rene. 13(5), 2012. p. 1142-51.
Franqueira, A.M.R.; Magalhaes, A.S; Feres-Carneiro, T. O luto pelo filho adulto sob a ótica das mães. Estud. Psicol. Campinas, v. 32, n. 3, set. 2015. p. 487-497
Morelli. A.B; Scorsolini-Comin, F.; Santos, M.A. Impacto da morte do filho sobre a conjugalidade dos pais. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 9, set. 2013. p. 2711-2720.
O encontro de Prometeu, Héracles e Quiron – A morte e o morrer: ritos de passagem. Revista Junguiana v. 29/1, p. 59
Parkes, C.M. Luto: estudos sobre a perda na vida adulta. Tradução: Maria Helena
Franco Bromberg. São Paulo: Summus; 1998. 291 p.

39 comentários sobre “Ressignificando a morte de um filho

    • Acho que cada dor varia de pessoa para pessoa. Perder um filho único pode ser um motivo para algumas mães perderem a vontade e sentido de viver já que não se sentem na obrigação de continuar por outros filhos. A dor é a mesma independente de quantos filhos tenha.
      À verdade é que ficamos perdidas, e passado um tempo, acabamos vivendo sozinha com esta dor, para outras pessoas a ausência da pessoa que partiu vira boas lembranças e saudades. É nessa hora que tudo piora por acharmos que ninguém entende a nossa dor e nos cobram o tempo todo para seguir em frente. E não é tão fácil assim.

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      • Olá Valerie! Com certeza perder um filho não é de fato uma tarefa fácil, mas o importante é encontrar uma maneira de elaborar este luto de uma forma que faça sentido para você. Desta forma, você continuará celebrando a memória de seu filho e possivelmente você irá conseguir ressignificar esta morte. Abs, Nazaré Jacobucci

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      • Verdade , perdi meu único filho , éramos apenas eu e ele , hoje após 1 ano perdi completamente o desejo de viver , não enxergo mais um significado para minha existência , embora eu tente cada dia que passa fica pior

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      • Olá, Samara! Sinto muito por sua perda, meus sentimentos. Caso você perceba que está se tornando impossível conviver com a dor da perda do seu filho, busque ajude. Pois, às vezes, é impossível buscar um novo significado para a vida sem ajuda profissional. Abs, Nazaré Jacobucci

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  1. Olá, perdi uma filha de 20 anos há 4 meses, tenho outra razão de viver que é a minha filha de 23 anos, digo outra pq tbm sou minha razão de viver!! Concordo que ela não pode ter duas perdas, a irmã e a mãe tbm…difícil, sim é muito difícil, cada dia um sentimento diferente que temos que enfrentar!! Abs Sheyla Pina

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  2. Ola,gostaria de sua opinião,li numa revista,a historia de uma mãe americana,que ao perder uma filha,ela começou a escrever cartas para a filha,acho que ate virou livro,ainda não tentei fazer isso porque não consigo,ja começo a chorar,talvez um dia quem sabe,será que isso realmente vai aliviar essa dor?Um abraço

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    • Olá Angela! Sinto muito pela sua perda. Bom, cada enlutado encontrará a sua maneira de elaborar o luto pelo ente querido, mas o mais importante é que ele encontre algo que faça sentido para ele. Pense em algo que você realmente gostaria de fazer para celebrar a memória da pessoa que morreu e na medida do possível vá colocando seu plano em prática. Talvez seja difícil no começo, mas tenha paciência para com você mesma. Abs, Nazaré Jacobucci

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  3. Bom dia!
    Sou mãe de três filhos biológico e um de adoção, em 2013 faleceu meu filho de adoção com 4 aninho em 2014 faleceu meu filho biológico com 12 aninho diferença de 8 meses a perda de um para o outro ambos eram (PCD) pessoas com deficiência, minha vida girava em torno dos dois 24 hora dia, entrei em um processo de luto profundo a vida perdeu o sentido, fui buscar força primeiramente em deus e o caminho foi se abrindo trabalhando e vendo tudo que eles dois me encenaram não vieram para mim por um acaso com certeza DEUS permitiu tudo aquilo porque tinha um proposito na vida deles e na minha, hoje adotei uma menina de 6 aninho especial e tenho prentenção em adotar um menino de 4 aninho também especial, entrego tudo nas mãos de deus porque o amanha a ele somente pertence, hoje acompanho meu menino de 22 anos e minha outra filha de 12 razão do meu amanhecer de cada dia, graças a DEUS.

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  4. Ola Nazaré, eu com 20 anos de idade engravidei de minha filha, depois de 6 anos de namoro, faltando 20 dias para meu casamento, meu noivo sofreu um acidente de moto e teve traumatismo craniano, minha filha nasceu com o total apoio dos pais dele, vivemos juntas por 28 anos, não pude estar ao lado da minha filha o tempo todo, porque tinha que trabalhar, mas graças ao bom Deus ate os 15 anos de minha filha minha mãe morava conosco que cuidou dela enquanto trabalhava, a quase três anos atras minha filha com 28 anos, faltando 3 meses para o casamento dela e ao qual também estava namorando já ha seis anos, veio a falecer com câncer de mama, metástase no pulmão e no cérebro, um ano e meio de luta, mas infelizmente não foi possível vencer a doença, hoje vivo sozinha, e ainda conto com o apoio de meu sogro e minha sogra(avós de minha filha) me mantenho com tratamento psiquiátrico e psicológico e participo de um grupo espiritualista, ainda buscando um objetivo para poder sobreviver, e a uns dois meses atras meu patrão que já trabalho com ele a 28 anos foi diagnosticado com câncer de pulmão, figado e garganta, e agora fiquei eu com toda responsabilidade de administrar os bens da familia, emfim vou levando a vida uma dia por vez.

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  5. Sobrevivi a um acidente automobilístico, em 2010, que vitimou meu esposo e nossos quatro filhos. Falar da perda de um filho é doloroso; no entanto, falar da perda de 4 filhos (16, 12, 9 e 5 anos) é doloroso, é dilacerante. Não tem nome para descrever o vazio que lhe chega à alma, ao se deparar com a ideia de que não há mais sorrisos alegres, abraços aconchegantes, rotinas alteradas… Família despedaçada.
    Em meio a esse vazio que se instalou em todos os meus dias, após inúmeras cirurgias reparadoras, enxertos ( sou vítima de queimaduras de segundo é terceiro graus)…Eu optei pela vida. Decidi enfrentar com fé e coragem uma das provações mais cruéis que um ser humano pode passar na face da Terra. Optei em ser feliz!!
    Encarei o luto em movimento constante, dentre eles, escrevi um livro: ” Pérolas no Asfalto “, com o alcance de 1.500 cópias vendidas, e a grande oportunidade em conhecer inúmeras pessoas de todo o Brasil, que comungam e alcançam a minha dor. São também país enlutados!
    Em meio as saudades e o sofrimento da ausência, compreendi a grande lição que essa dor me provocou: Não somos donos de nada, tudo é passageiro. Assim as alegrias passam, as tristezas também passa. Tudo passa!

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    • Olá Vânia! Sinto muito por suas perdas. Obrigada por compartilhar sua história conosco, aliás, fiquei profundamente tocada por ela. Achei o máximo quando você nos conta que “Optou em ser feliz!” com certeza esta opção trouxe, apesar das dores na alma, leveza para você continuar o seu caminhar pela vida. Abs, Nazaré Jacobucci

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  6. Olá Nazaré! Perdi meu filho de 39 anos em um acidente de moto. Tenho outros 2 que me dão muita atenção e carinho.Tem 2 meses que ele me deixou assim , tão perdida, tão sem saber o que fazer com essa dor que grita silenciosamente no meu peito.Sou espírita e, acredito no nosso reencontro.Não culpo Deus nem a má sorte.Vou cumprindo meu tempo aqui na terra fazendo a minha parte. Dói muito a ausência da presença dele.Que Deus me ajude.Ajude todas nós que passamos por essa perda.Abraços.

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    • Olá Ana Maria! Sinto muito pela sua perda, com certeza este primeiro momento é de fato complicado. Tenha paciência com você mesma e, principalmente, para com seus sentimentos. Espero que você consiga elaborar a morte de seu filho, assim como sua família. Abs, Nazaré Jacobucci

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  7. Perdi meu filho faz dois meses e 16 dias, foi morto pelos policias
    Nao consigo aceitar a perda do meu filho, continuo seguindo a vida, mas nada é a mesma coisa, meu mundo mudou de uma tal maneira
    o que me da forças é minha bebezinha de 3 anos que sofre muito com a ausência do irmão
    hoje vivo triste e a todo momento to chorando pensando no meu filho

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    • Olá Janaina! Sinto muito pela sua perda, com certeza este primeiro momento é de fato complicado. Tenha paciência com você mesma e, principalmente, para com seus sentimentos. Espero que você consiga elaborar a morte de seu filho, assim como sua família. Abs, Nazaré Jacobucci

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  8. Pingback: Ressignificando a morte de um filho – Temos que falar sobre isso – TQFSI

  9. Oi boa tarde, nós recentemente perdemos nossa filha foi de repente, ela se sentiu mal e teve uma parada cardiorespiratoria aos 28 anos. Começando um sonho se preparando pra engravidar. Tá difícil de aceitar, tá doendo muito e muita saudade, uma menina doce, uma filha maravilhosa muito amorosa.

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  10. Gostaria de parabenizar o site. Perdi meu filho com 25 anos em 02/10/2017, ele foi vítima de um câncer raro linfoma de hodkin estágio avançado que comprometeu vários órgãos. Hoje passado quase 4 meses ainda sinto a dor como se fosse ontem, mas a cada dia tento me reerguer, pois tenho uma filha de 15 anos que precisa de mim viva. Pois confesso houve dias que pensei em desistir de viver. Mas a minha fé em Deus me renova.

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  11. Perdi minha filha mais velha de 28 anos e minha única neta de 6 anos em um acidente de carro a menos de 2 meses. Muito difícil enxergar razões mesmo existindo, fico procurando em textos mensagens qualquer coisa que alivie um pouco, uma falta de motivação muito grande, hoje reflito no quanto milhares de pessoas atravessam nesse momento seu luto. Eu nunca havia vivenciado uma dor tão grande e consigo me apiedar e rezar rogando a Deus por todos esses que estão nessa prova dolorosa visto que, acredito na misericórdia de Deus mesmo varada de dor. Ele recolheu minhas meninas para uma vida melhor.

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    • Olá Josefa! Sinto muito por suas perdas, meus sentimentos. De fato a perda de uma filha pode nos trazer uma dor imensurável, muitas vezes, indizível. Tenha paciência para com seu processo de luto e sempre que possível procure expressar a sua dor, pois é importante expressarmos o que estamos sentindo diante de tamanha angústia. Abs, Nazaré Jacobucci

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  12. Boa tarde!!!
    Meu filho de 24 anos, estudante de ciências de dados, com futuro brilhante, foi morto pelo meu filho de 26 anos, no dia 29 de dezembro de 2020. Sepultei o meu filho num sábado e no domingo fui visitar o meu outro filho na prisão. Como consegui entender e não se deixar se abater? Estou sem ajuda de remédio seguindo em frente, mas às vezes as coisas pesam.

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    • Olá Marcos! Sinto muito por sua sua perda, meus sentimentos. Estou sem palavras diante da sua dor, pois você está vivenciando vários lutos ao mesmo tempo. Luto pelo filho morto e luto pela prisão do outro filho. O apoio familiar e social neste momento é de extrema importância para que você encontre ferramentas para literalmente seguir os dias. Caso precise de uma ajuda, por favor envie um e-mail para perdaseluto@gmail.com para que possa conversar sobre este momento. Abs, Nazaré Jacobucci

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  13. Ola! Boa tarde,
    Num belo e Infeliz domingo, dia 09/02/2020, eu recebi uma ligação de uma tia pra ir buscar meu filho primogênito, que estava agitado e drogado após passar uma noite pernoitada de sábado para domingo.
    Eu recebi a ligação dela no domingo 09/02/2020 às 14:48, levantei do jeito que estava e menos de 700m uma jovem veio em direção para a minha casa avisar que haviam assassinado meu filho, meu primogênito.
    Eu ainda zanguei com ela, que brincadeira boba por ela ter um probleminha mental. Eu sai com ela me segurando pelos braços, eu gritava só não esboçava choro, porque não me falaram como ele tinha morrido.
    Na minha cabeça ele tinha sido morto por facada, nunca imaginei perder meu filho assassinado, principalmente a tiros. Eu achava o tempo todo durante anos que ele estava dormindo, tinha ido pra fora da cidade formar sua família, mesmo sem ver ou saber de alguma namorada.
    Ali ao passar no meio do povo, já entrei em estado de choque, por 3 meses fiquei sem alimentar a base de água, café e pão.
    Quando cheguei em cima do meu filho não havia sangue, deitei em cima dele e o beijava. Única coisa que lembro que as mãos estava fechada de tanta dor, olhos abertos, e a boca aberta que me marca porque ele tinha os dentes lindos e clarinhos e o sorriso como o meu. Ali me tiraram de cima dele e sentei do lado dele e comecei a orar pelo assassino. Porque eu tinha certeza que não era dívidas de drogas, ele não traficava, até mesmo na delegacia não constou nada disso a qual o delegado ficou surpreendido que ele não tinha passagem.
    Resumindo passei muito mal, adquiri junto com meu caçula síndrome do pânico, ansiedade, fobia social, eu tenho fibromialgia após isso.
    Ele foi morto por um P2 a qual recente ouvi do delegado que apreendeu a arma do crime e o celular, que ele está solto trabalhando. O motivo foi porque ele esbarrou numa mulher, o P2 veio tirar satisfação com meu filho, meu filho nunca se deu a isso.
    Ate agora eu estou presa a essa crueldade, meu filho correu tanto, tanto pra chegar em casa nos meus braços e quase vejo tudo, sem saber creio que morreria junto pelo coração duro do cara e nessa hora sim, eu jogaria meu filho no chão e deitaria para protegê-lo dos tiros. E ainda o P2 atirou descontroladamente que pegou tiros em casas, estourou porta de vidro da farmácia, os tiros acertaram casas e um cachorro dentro da casa da pessoa que foi onde meu filho escorregou e caiu e ele disparou todos os tiros nele.
    Justiça do homem é falha , mas a divina nunca falha vem na hora certa e com dose certa nem a mais nem a meno.
    Seguindo nosso tratamento eu e meu caçulinha.
    Ps* Meu pai infartou com 6 meses após a perda do amado neto e um falso câncer de prostada
    Minha mãe teve um falso câncer do cérebro de 9,7 cm meningioma.
    Deus os curou!

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